quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Fanny Crosby

Frances Jane Crosby também conhecida como Fanny Crosby, foi uma compositora lírica conhecida por tornar-se a mais prolífica autora de hinos sacros conhecida, a despeito de ter sido cega desde criança.

A vida da poetisa e compositora Fanny Jane Crosby (1820-1915) é tão impressionante quanto à qualidade e quantidade de seus hinos. Ao todo são quase nove mil hinos que incentivam a mudança de vida de pecadores, encorajam cristãos e inspiram toda a humanidade até os dias de hoje. É difícil ficar passível diante da força das palavras do hino 15 do tradicional Cantor Cristão, cujo título é Exultação:

A Deus demos glória, com grande fervor,

Seu Filho bendito por nós todos deu

A graça concede ao mais vil pecador,

abrindo-lhe a porta de entrada no céus

Exultai, exultai, vinde todos louvar

a Jesus, Salvador, a Jesus redentor

a Deus demos gloria, porquanto do céu,

Seu filho bendito, por nós todos deu!

A beleza e o poder contidos nesses versos surpreendem ainda mais por terem sido escritos por uma mulher que ficou cega com apenas seis semanas de vida. Sua vida foi a prova de que dificuldade alguma pode conter a unção de Deus, nem mesmo tirar o prazer de um dos servos. Em outro de seus mais famosos e belos cânticos, intitulado Segurança, ela escreveu:

Vivo feliz, pois sou de Jesus,

e já desfruto o gozo da luz [...]

Canta minha alma, canta ao Senhor,

rende-lhe sempre ardente louvor.

Infecção nos olhos - Nascida em 24 de março de 1820 no município de Putnam, em Nova Iorque, Fanny tinha pouco mais de um mês de vida quando sofreu uma infecção nos olhos. O clínico geral estava fora da cidade e um outro médico fora chamado para tratar do caso. Receitou cataplasmas de mostarda quente e o efeito foi desastroso: a menina ficaria cega pelo resto da vida. O "médico" teve de fugir da cidade, tamanha a revolta suscitada entre os parentes e vizinhos do bebê.

Aos cinco anos, foi levada pela mãe para consultar o melhor especialista no país, o Dr. Valentine Mott. Uma coleta feita entre os vizinhos pagou a viagem. O pai de Fanny já havia morrido e a situação financeira da família era muito difícil. O sacrifício, infelizmente, foi em vão, já que o médico decretou o caso como incurável. A menina teve então de acostumar-se as dificuldades, ao mesmo tempo em que demonstrava uma habilidade incomum para compor poesias.

Naquela época, a mensagem do Evangelho foi plantada no coração da jovem Fanny, por intermédio de sua avó. Era ela quem passava horas lendo Bíblia para a menina, que demonstrava ter uma memória extraordinária: decorou diversos trechos do Livro de Rute e dos Salmos. Aos 15 anos, ela entrou para o Instituto de Cegos de Nova Iorque, para onde voltaria anos depois para ensinar Inglês e História. Como aluna e professora, Fanny passou 35 anos na mesma escola.

Testemunho de fé - Em 1844, escreveu seu primeiro livro de poemas - "A Menina Cega e Outros Poemas". Uma de suas primeiras participações como compositora aconteceu em um dos cultos de Dwight L. Moody, um dos maiores pregadores da história do Evangelho, que realizava uma conferência na cidade de Northfield, no estado de Massachussetts.

Fanny era membro da Igreja Episcopal Metodista, de Nova Iorque. Ela era uma oradora devota e freqüentemente preparava os cultos infantis da igreja.

Casamento - Em 1858, Fanny casou-se com o professor de música e cantor de concerto Alexander Van Alstyne. Nessa época, ela havia deixado o ensino para acompanhá-lo tocando piano e harpa em apresentações públicas. Na mesma ocasião, a vida trouxe-lhe uma das maiores aflições que uma pessoa pode enfrentar: a perda de um filho. A criança, seu único filho, morrera ainda pequena.

Em 1864, por influência do famoso evangelista, escritor e compositor William Bradbury, que tem dezenas de canções registradas nos hinários e cantores cristãos até hoje, Fanny passou a escrever exclusivamente musicas sacras. Apaixonada por crianças e motivada pela perda irreparável de seu filho, a compositora criou um estilo próprio: "Achei que as crianças também tinham de entender as letras e as melodias teriam de ser simples também." Ela esforçou-se para retratar os temas do céu e o retorno de Cristo com palavras simples.


Foto: wikimedia.org

Ímpeto criativo - O número extraordinário de composições da autora pode ser explicado não só pelo ímpeto criativo de Fanny, mas também pelo fato de ela ter um contrato de trabalho com uma editora, a Biglow & Co., que a obrigava a entregar três composições novas a cada semana. Ela chegou a compor sete canções em apenas um dia. Como de hábito, não iniciava seu trabalho sem antes dedicar horas à oração.

Curiosamente, Fanny não escrevia as letras de seus hinos, por nunca ter dominado o método Braille. Dona de uma memória extraordinária, memorizava-as facilmente. Quando morreu, aos 94 anos, amigos e parentes escreveram na lápide de sua sepultura: Ela fez o máximo que pôde. Sem dúvida, foi uma heroína da fé.

Fanny Crosby, que ministrou e continua a ministrar ao mundo todo com suas mensagens que "tocam o coração", poucos dias antes da sua morte, numa visita de obreiros, disse estas palavras muito significativas:

“Creio que a maior bênção que o Criador me proporcionou foi quando permitiu que a minha visão externa fosse fechada. Consagrou-me para a obra para a qual me fez. Nunca conheci o que é enxergar, e por isso não posso compreender a minha perda. Mas tive sonhos maravilhosos. Tenho visto os mais lindos olhos, os mais belos rostos e as paisagens mais singulares. A perda da minha visão não foi perda nenhuma para mim.”

Fanny morreu em Bridgeport, estado de Connecticut em 12 de fevereiro de 1915, aos 94 anos.

Fonte: http://www.musicaeadoracao.com.br/ Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

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