Surgimento dos Batistas apartir das doutrinas
Ao consultar a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira você verá que as nossas doutrinas saem, com clareza límpida, das Sagradas Escrituras.
A corrupção de algumas doutrinas e práticas do cristianismo começaram a surgir muito cedo em sua história, como pode ser constatado nos escritos dos apóstolos. Esta corrupção foi se ampliando após a "conversão" do Imperador Constantino ( 306 a 337) ao cristianismo, ocorrida a partir de 312 quando incorporou a cruz ao seu estandarte e passou a favorecer os cristãos.
Muitos destes resistentes rejeitavam as inovações doutrinárias e as praticas e por isso foram perseguidos, exilados e mortos. Eles mantiveram acesas as doutrinas cristãs genuínas e possibilitaram, que através dos tempos, outros se levantassem na Idade Média como Cláudio de Turim, Pedro de Bruys e Henrique de Lausanne, Pedro Vado João Wycleffe, João Huss e muitos outros.
Com o surgimento da Reforma Protestante liderada por Martinho Lutero, e deflagrada em 31 de outubro de 1517 quando da publicação das suas famosas 95 teses, na porta do Castelo de Wittenberg, criou-se a oportunidade de que muitos grupos dissidentes intensificassem suas pregações, e entre eles os chamados Anabatistas que sustentavam muitas doutrinas que os batistas esbosam e representavam o grupo mais ativo e poderoso daquele momento. O nome que lhes foi dado Anabatistas "significa os rebatizadores".
Considerando as raízes do nome batista
A história começa com a organização da Igreja em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612, por Thomas Helwys e seus seguidores, já batizados na Igreja em Amsterdã. É esta Igreja, que agora inicia a linhagem de igrejas batistas que começam a crescer na Inglaterra sob severa perseguição por dissentirem da igreja oficial, a Igreja Anglicana.
A perseguição aos batistas e a outros grupos separatistas, os levou a várias partes do mundo, e em especial às colônias da América do Norte, em busca da liberdade religiosa.
Dois ilustres homens são considerados fundadores das igrejas Batistas em solo americano, Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rode Island, e John Clark que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rods Island e conhecida desde 1648. Os batista se espalharam pelas diversas colônias da América do Norte e fora influentes na formação da constituição americana de 1781.
A expansão dos Batistas no mundo.
Em 1791, um jovem pastor inglês chamado William Carey sentindo forte compaixão pelas multidões pagãs da Índia, decidiu iniciar com o apoio de vários pastores, um movimento para o envio de missionário àquelas terras. Assim foi criada a Sociedade de Missões no Estrangeiro, que tem tido uma participação muito grande na expansão da obra Batista na Ásia e África além de outros continentes e inclusive no Brasil. Dois casais de missionários Adoniram e Ana Judson enviados em 1812 a ìndia e outro casal Luther Rice, Eles decidiram que Adoniram Judson permaneceria no Oriente e Luther Raice voltaria aos Estados Unidos para mobilizar os Batistas para a obra missionária. Seu trabalho vingou e em maio de 1814, foi fundada uma Convenção em Filadélfia com o nome de “” Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no Estrangeiro”.
A partir daí, a obra missionária dos batistas iniciou um gigantesco crescimento. Chegando inclusive, através dos Batistas do Sul dos Estados Unidos, o Brasil. onde foi organizada, no dia 15 outubro de 1882, a Primeira Igreja Batista para Brasileiros em nossa terra e, deste trabalho, é que surgiu a Convenção Batista Brasileira.
Hoje os Batista estão presentes, em cerca de 200 países e representam uma população de perto de quarenta milhões de membros e atingem cerca de cem milhões de pessoas no mundo inteiro.
Os Batistas no Brasil
Thomas Jefferson Bowen era missionário americano na Nigéria, África, trabalhando entre os nativos da tribo ioruba. Depois de algum tempo na África, retornou aos EUA e foi enviado, em 1860, para o Brasil, uma vez que muitos escravos que falavam o dialeto ioruba (língua corrente entre os negros traficados) podiam ser alcançados, foi nviado pela junta de Richmond.
Oito meses depois, devido a problemas de saúde e porque as autoridades o impediram de pregar o evangelho, visto que sua mensagem se distanciava dos ensinos católicos, até então a religião oficial do país, Bowen precisou retornar ao seu país, desta vez em definitivo.
Tempos depois, um grupo de colonos norte-americanos sulistas, derrotados na guerra entre o sul e o norte (1859-1865), desembarcou no Brasil, em Santa Barbara do Oeste (SP). Grande parte destes colonos era de origem protestante e em 10 de setembro de 1871 eles organizaram a Primeira Igreja Batista em terras brasileiras, sob a coordenação do pastor Richard Ratcliff. No início, os cultos ainda eram em inglês, o que afastava os habitantes locais.
Os primeiros cultos em português só ocorreram posteriormente, com a chegada ao Brasil do missionário Willian Buck Bagby e sua esposa Anne Luther Bagby, que rapidamente aprenderam o português, no Colégio Presbiteriano de Campinas. Um dos instrutores do casal foi o ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque. Sacerdote católico na província de Alagoas, ele converteu-se ao protestantismo sozinho, ao estudar a Bíblia. Depois de abandonar a igreja de Roma, o ex-padre peregrinou pelo Brasil até chegar a Campinas, onde se tornou o primeiro brasileiro a ser consagrado pastor batista.
Em 1882, quando foi organizada a Primeira Igreja Batista da Bahia, voltada para a evangelização do Brasil, já existiam então as duas outras igrejas batistas, organizadas por imigrantes norte-americanos, residentes na região de Santa Bárbara do D’Oeste e Americana (SP). Os casais de missionários batistas norte-americanos, recém-chegados ao Brasil, os pioneiros William Buck Bagby e Anne Luther Bagby e Zacharias Clay Taylor e Kate Stevens Crawford Taylor, auxiliados pelo ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque, batizado em Santa Bárbara d'Oeste, decidiram iniciar a sua missão na cidade de Salvador, Bahia, com 250 mil habitantes. Ali chegaram no dia 31 de agosto de 1882 e, no dia 15 de outubro, organizaram a PIB do Brasil com cinco membros: os dois casais de missionários e o ex-padre Antônio Teixeira de Albuquerque.
Nos primeiros 25 anos de trabalho, Bagby e Taylor, auxiliados por outros missionários e por um número crescente de brasileiros, evangelistas e pastores, já tinham organizado 83 igrejas, com aproximadamente 4.200 membros.
O sucesso do trabalho no Nordeste encheu o Dr. Bagby de coragem e ele resolveu partir para o Rio de Janeiro, onde fundou uma congregação no bairro do Estácio que, logo de início, conseguiu a adesão de quatro pessoas. Tal congregação é hoje a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro (http://www.pibrj.org.br/).
Com a abertura do campo missionário brasileiro, graças ao sucesso de Bagby, as organizações batistas americanas resolveram investir. Os obreiros americanos que aqui chegavam traziam consigo o modelo de igreja que conheciam na sua terra natal, implantando a estrutura eclesiástica americana. Além da estrutura cuidadosamente organizada, as igrejas brasileiras fizeram questão de manter o modelo congregacional de governo, caracterizado pela autonomia de cada igreja local – uma marca dos batistas que predomina até hoje. Com o tempo, as comunidades foram adaptando seus costumes à realidade brasileira, mas sempre mantendo a identidade.
À medida que as igrejas batistas se multiplicavam, surgiu a necessidade de reafirmar o ideário do segmento. Essa tradição ideológica jamais se perdeu no tempo, graças à estratégica propagação através de publicações como livros, Bíblias, revistas de estudo e jornais.
O Cantor Cristão
A tradição batista legou aos evangélicos brasileiros outra preciosidade: o Cantor Cristão, que eternizou centenas de hinos cantados até hoje por crentes de todo o país. Da primeira edição, de 1891, até hoje, as páginas do Cantor têm sido fonte de louvor e inspiração. Dos hinos do acervo, mais de 100 foram compostos ou traduzidos pelo missionário e músico judeu polonês Salomão Ginsburg, que viveu 37 anos no Brasil. Ginsburg é considerado por muitos o mais importante hinologista brasileiro. Mas também foi um evangelista de visão avançada para o seu tempo. Coube a ele o mérito de ter sido o primeiro a imaginar uma associação que agrupasse todas as igrejas da denominação em 1894.
Convenção Batista Brasileira
As idéias de Ginsburg acabaram influenciando a história da Igreja Batista Brasileira. Também no início do século 20, as igrejas passaram a se agrupar nas chamadas convenções, com o objetivo de gerir causas comuns como o trabalho de missões e a manutenção de seminários, orfanatos, asilos e colégios. Essa estrutura ampliou-se, buscando a cooperação entre as igrejas. Surgiu assim a CBB – Convenção Batista Brasileira, que abriga hoje mais de 7 mil igrejas da denominação, com cerca 9 mil pastores e mais de um milhão e meio de membros.
A comissão organizadora optou pela data de 22 de junho de 1907 para organizar a Convenção, na cidade de Salvador, quando transcorreriam os primeiros 25 anos do início do trabalho batista brasileiro, também começado na referida cidade. Ali na primeira assembléia foi criado a primeira diretoria e traçadas metas para missões com a criação das duas Juntas Missionárias. Missões Nacionais e Missões Missões Mundiais. A Convenção Batista Brasileira (CBB) é o órgão máximo da denominação batista no Brasil. É ela que define o padrão doutrinário e unifica o esforço cooperativo dos batistas do Brasil.
Junta de Mssões Mundiais
Foi criada para coordenar e realizar os ideais missionários das igrejas da CBB fora das fronteiras do nosso país. E essa atuação consiste na ampliação do trabalho missionário entre os povos não-alcançados, no reforço e na consolidação da obra missionária nos países onde já há missionários batistas brasileiros, no despertamento e preparo de vocacionados para missões, no desenvolvimento de projetos evangelísticos e sociais e de muitas outras ações que contribuem para o avanço missionário no mundo.
É uma agência missionária pertencente às igrejas batistas da Convenção Batista Brasileira, com o objetivo de
unir todas as forças batistas do Brasil, em uma organização nacional maior, para o desenvolvimento e eficácia da pregação do Evangelho de Jesus Cristo segundo a nossa crença". No artigo 2º, objetivamente é afirmado: "o fim desta organização é promover missões domésticas e estrangeiras, e tudo mais que direta ou indiretamente tenha relação com o reino de nosso Senhor Jesus Cristo.
Os Batistas e a EducaçãoA educação é uma marca visível do povo batista. Sua paixão pelo estudo da Bíblia desenvolveu o interesse pela educação religiosa, cultivada nas igrejas através das organizações de treinamento e da EBD. Os templos se tornaram verdadeiros complexos educacionais.
Com a Educação Religiosa veio a Educação Teológica. Inicialmente através de aulas dadas pelos missionários em suas casas, depois surgiram os Seminários: Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, organizado em Recife, PE, por Salomão Ginsburg, em 1º de abril de 1902, e o Seminário Teológico Batista do Sul, fundado pelo missionário John Watson Shepard, na cidade do Rio de Janeiro, 1908. A estes dois Seminários, formam agregados dezenas de outros espalhados por todo o país, com milhares de alunos.
A Educação chamada de geral, ou secular, teve a mesma origem, o desejo de abrir oportunidades para o estudo da juventude e, de criar uma escola com capacidade para exercer influência sobre a sociedade brasileira.
O Colégio Taylor Egídio fundado em Salvador pela senhora Laura Taylor e pelo Capitão Egídio Pereira de Almeida foi o primeiro a vingar. Em 1922 ele foi transferido para a cidade de Jaguaquara, onde existe até hoje.
Depois dele, e por causa dele, vieram o Colégio Batista Brasileiro de São Paulo; Colégio Americano Batista do Recife; Instituto Batista Industrial em Corrente, Piauí; Colégio Americano, em Vitória; Colégio Batista Shepard no Rio de Janeiro; Colégio Batista Alagoano em Alagoas; Colégio Batista Fluminense em Campos, RJ; Colégio Batista Mineiro, em Belo Horizonte. Além destes Colégios dezenas de outros foram organizados com a ajuda dos missionários ou por iniciativa de igrejas, Convenções estaduais e de particulares batistas. A contribuição dos batistas na área educacional é realmente notável, considerando tanto a qualidade quanto a quantidade. Hoje, perto de dois milhões de brasileiros, já passaram pelas escolas batistas.
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