sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Cuidado com a rotina no casamento.

A ROTINA É A ASFIXIA DO ROMANTISMO. Ela estrangula, sufoca e mata os mais belos sentimentos no relacionamento conju­gal. A rotina acaba aos poucos com o casamento, tornando-o monótono, insípido e sem alegria. A estagnação é uma ameaça para os casais. Até água parada dá lodo. O corpo sem exercí­cio adoece. O casamento sem criatividade cai no marasmo. O casamento precisa ser dinâmico, romântico, vivo, cheio de desafios.

A criatividade é uma característica do ser humano. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Ele é nosso sumo modelo de criatividade. Dele emana toda capacidade investi­gativa. Somos irrequietos por natureza e não nos acomodamos com a mesmice. Carregamos dentro do peito a necessidade de descobrir novos meios para alcançarmos os alvos mais eleva­dos. O homem está sempre alçando vôos mais altos. Por isso, ninguém pode colocar limites à sua potencialidade. O seu limite é o céu.

A criatividade é necessária não apenas no campo da ci­ência e da(p. ex.: Por que as mulheres choram e os homens mentem? ou por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?).
tecnologia, mas também nos relacionamentos. O relacionamento entre marido e mulher é um mistério. É um universo a ser descoberto e explorado. Ao mesmo tempo que marido e mulher são semelhantes, são também absolutamente diferentes. Um autor bastante conhecido ilustra essa diferença afirmando que homens e mulheres são de planetas diferentes (Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus, de John Gray). A cosmovisão masculina é bastante distinta da feminina. Eles enxergam a vida através de lentes diferentes, com perspectivas diferentes. Homens e mulheres têm pensamentos diferentes, sentimentos diferentes, ações e reações diferentes diante das mesmas realidades da vida. Há uma grande quantidade de livros que exploram essa diferença

Além de serem intrinsicamente distintos, o homem e a mulher carregam também uma carga genética diferente, pos­suem bagagens culturais diferentes e vêm para o casamento com expectativas não poucas vezes diferentes. Daí o choque quase inevitável quando ambos se desnudam psicológica e emocionalmente. Depois da fase do encanto e do roman­tismo, vem a fase da realidade e do desencanto. É nessa fase que os hábitos, defeitos e manias ocultos sob o manto da superficialidade vêm à tona e por pouco não suplantam o romantismo. Alguns casais perdem o rumo nesse processo e se encavernam, perplexos e frustrados, sem esperança de que a relação possa ser aspergida novamente pelo orvalho da feli­cidade. Outros casais, como detetives, começam a vasculhar a vida um do outro tentando descobrir as falhas e atacá-las. Longe de exercer o amor e o perdão, manejam as armas da crítica impiedosa, da acusação ferina e do desprezo implacável. Onde o amor é escasso, as mágoas se acumulam. Outros ain­da, como arqueólogos matrimoniais, escavam as valas mais antigas e profundas para desenterrar o passado e trazer à tona os fósseis petrificados e cobertos pela poeira do tempo, a fim de condenar o cônjuge pelos erros do passado. Precisamos deixar o passado no seu lugar, ou seja, no passado. Revolver os acontecimentos passados reabre as feridas e provoca grande sofrimento. Precisamos nos libertar das correntes do passado através da prática curadora do perdão.

Uma das coisas que mais desgastam o casamento é a falta de entusiasmo de um dos cônjuges, ou de ambos, em investir na relação. A acomodação é mortífera. Um dos mitos do casamento é achar que, "se meu cônjuge me ama, ele não vai se sentir atraído por outra pessoa". O que está por trás dessa malfadada filosofia é a estagnação do sentimento, a paralisia do afeto e a morte da criatividade. Aqueles que pensam assim não se importam em investir na relação, nem em si mesmos, nem no cônjuge. Quando a pessoa deixa de se preocupar com a própria aparência, descuidando-se de seu corpo e vestindo-­se de qualquer jeito; quando perde o estímulo para crescer intelectualmente, está assinando o atestado de óbito de seu relacionamento conjugal. Algumas mulheres têm a coragem de ir para a cama vestindo uma camiseta amarrotada, usada na campanha eleitoral passada, e ainda esperam que o marido sinta entusiasmo para a relação sexual... Uma roupa de dormir atraente é capaz de trazer grandes benefícios para o casamen­to. A criatividade é um dom que precisa ser exercitado.

Outro mito do casamento é achar que, "se meu cônjuge me ama, não vai esperar que eu mude." Somos seres a caminho da perfeição. O céu não é aqui. A mudança não é uma opção, mas uma necessidade imperativa. Precisamos nos despojar de hábitos e idiossincrasias; precisamos deixar para trás todo excesso de bagagem. Devemos adotar novos hábitos e mudar para melhor antes que seja tarde.

Certa ocasião, uma mulher procurou-me para aconselhá-la sobre um problema em seu relacionamento conjugal. Ela se queixava da falta de romantismo do marido, reclamando que ele nunca a elogiava e sequer notava quando ela colocava uma roupa nova ou mudava o penteado. Ela estava cansada de ouvir elogios de outros homens e nenhum do seu próprio marido. Até que um dia ela decidiu abrir seu coração e falar ao marido de sua frustração. Ele, irrefletidamente, argumentou:

"Eu nunca vou mudar. Sempre fui assim. Eu nasci desse jeito, cresci assim e vou morrer assim. Se você sente necessidade de elogio, procure outro homem para elogiá-la". Ela ficou arrasa­da emocionalmente. Não era essa a resposta que esperava. Os meses se passaram, e pouco tempo depois um outro homem começou a se aproximar dela, fazendo-lhe galanteios, tecen­do-lhe os mais exaltados elogios. O que o marido não era capaz de enxergar, o outro via; o que o marido não conseguia falar, o outro falou. Os elogios se multiplicaram e aos poucos ela foi cedendo aos seus galanteios. Quando o marido perce­beu o que estava acontecendo ficou furioso, mas já era tarde demais.

A Bíblia descreve o lindo romance entre Isaque e Rebeca. Isaque era o único herdeiro de um pai rico. Mas era tam­bém um jovem temente a Deus, com um futuro brilhante pela frente. O próprio Deus providenciou uma esposa para ele, uma jovem forte, bonita, decidida, trabalhadora e dis­creta. Foi amor à primeira vista. O casamento tinha tudo para dar certo, e por alguns anos eles viveram na mais efu­siva harmonia conjugal. Mas, um dia Isaque cometeu um erro desastroso. Para salvar a sua pele, ele mentiu dizendo que Rebeca era sua irmã. Dentro do quarto ele a acariciava, mas do lado de fora dos portões negava a ela o mais íntimo e sagrado relacionamento. Assim, suas juras de amor foram desmascaradas pela sua covardia. Em vez de correr o risco necessário para assumir seu casamento, ele expôs sua mu­lher na vitrine dos desejos. Se Deus não tivesse interferido no caso, Isaque teria colocado sua esposa nos braços de outro homem. Seu egoísmo, sua covardia e sua fidelidade vulnerável levaram Rebeca à uma profunda decepção. O diálogo entre eles cessou. Os filhos, Jacó e Esaú, chegaram mas em vez de unirem o casal, separaram ainda mais o dois, Isaque agarrou-se a Esaú e Rebeca tinha predileção por Jacó. A falta de sabedoria dos pais jogou um filho contra o outro e Isaque e Rebeca chegaram à velhice sozinhos, quando o re­lacionamento entre eles já estava desbotado. O romantismo morreu e no lugar cresceram os espinhos da indiferença.

Autor : Hernandes Dias Lopes
Extraido do livro: Casamento, Divórcio e Novo Casamento PAG. 81-85 Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

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