A criatividade é uma característica do ser humano. Fomos
criados à imagem e semelhança de Deus. Ele é nosso sumo modelo de criatividade.
Dele emana toda capacidade investigativa. Somos irrequietos por natureza e não
nos acomodamos com a mesmice. Carregamos dentro do peito a necessidade de
descobrir novos meios para alcançarmos os alvos mais elevados. O homem está
sempre alçando vôos mais altos. Por isso, ninguém pode colocar limites à sua
potencialidade. O seu limite é o céu.

A criatividade é necessária não apenas no campo da ciência
e da(p. ex.: Por que as mulheres choram e os homens mentem? ou por que os
homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?).
tecnologia, mas também nos relacionamentos. O relacionamento entre marido
e mulher é um mistério. É um universo a ser descoberto e explorado. Ao mesmo
tempo que marido e mulher são semelhantes, são também absolutamente diferentes.
Um autor bastante conhecido ilustra essa diferença afirmando que homens e
mulheres são de planetas diferentes (Homens são de Marte, Mulheres são de
Vênus, de John Gray). A cosmovisão masculina é bastante distinta da feminina.
Eles enxergam a vida através de lentes diferentes, com perspectivas diferentes.
Homens e mulheres têm pensamentos diferentes, sentimentos diferentes, ações e
reações diferentes diante das mesmas realidades da vida. Há uma grande
quantidade de livros que exploram essa diferença
Além de serem intrinsicamente distintos, o homem e a mulher
carregam também uma carga genética diferente, possuem bagagens culturais
diferentes e vêm para o casamento com expectativas não poucas vezes diferentes.
Daí o choque quase inevitável quando ambos se desnudam psicológica e
emocionalmente. Depois da fase do encanto e do romantismo, vem a fase da
realidade e do desencanto. É nessa fase que os hábitos, defeitos e manias
ocultos sob o manto da superficialidade vêm à tona e por pouco não suplantam o
romantismo. Alguns casais perdem o rumo nesse processo e se encavernam,
perplexos e frustrados, sem esperança de que a relação possa ser aspergida
novamente pelo orvalho da felicidade. Outros casais, como detetives, começam a
vasculhar a vida um do outro tentando descobrir as falhas e atacá-las. Longe de
exercer o amor e o perdão, manejam as armas da crítica impiedosa, da acusação
ferina e do desprezo implacável. Onde o amor é escasso, as mágoas se acumulam.
Outros ainda, como arqueólogos matrimoniais, escavam as valas mais antigas e
profundas para desenterrar o passado e trazer à tona os fósseis petrificados e
cobertos pela poeira do tempo, a fim de condenar o cônjuge pelos erros do
passado. Precisamos deixar o passado no seu lugar, ou seja, no passado.
Revolver os acontecimentos passados reabre as feridas e provoca grande
sofrimento. Precisamos nos libertar das correntes do passado através da prática
curadora do perdão.
Uma das coisas que mais desgastam o casamento é a falta de
entusiasmo de um dos cônjuges, ou de ambos, em investir na relação. A
acomodação é mortífera. Um dos mitos do casamento é achar que, "se meu
cônjuge me ama, ele não vai se sentir atraído por outra pessoa". O que
está por trás dessa malfadada filosofia é a estagnação do sentimento, a
paralisia do afeto e a morte da criatividade. Aqueles que pensam assim não se
importam em investir na relação, nem em si mesmos, nem no cônjuge. Quando a
pessoa deixa de se preocupar com a própria aparência, descuidando-se de seu
corpo e vestindo-se de qualquer jeito; quando perde o estímulo para crescer
intelectualmente, está assinando o atestado de óbito de seu relacionamento
conjugal. Algumas mulheres têm a coragem de ir para a cama vestindo uma
camiseta amarrotada, usada na campanha eleitoral passada, e ainda esperam que o
marido sinta entusiasmo para a relação sexual... Uma roupa de dormir atraente é
capaz de trazer grandes benefícios para o casamento. A criatividade é um dom
que precisa ser exercitado.
Outro mito do casamento é achar que, "se meu cônjuge
me ama, não vai esperar que eu mude." Somos seres a caminho da perfeição.
O céu não é aqui. A mudança não é uma opção, mas uma necessidade imperativa.
Precisamos nos despojar de hábitos e idiossincrasias; precisamos deixar para
trás todo excesso de bagagem. Devemos adotar novos hábitos e mudar para melhor
antes que seja tarde.
Certa ocasião, uma mulher procurou-me para aconselhá-la
sobre um problema em seu relacionamento conjugal. Ela se queixava da falta de
romantismo do marido, reclamando que ele nunca a elogiava e sequer notava
quando ela colocava uma roupa nova ou mudava o penteado. Ela estava cansada de
ouvir elogios de outros homens e nenhum do seu próprio marido. Até que um dia
ela decidiu abrir seu coração e falar ao marido de sua frustração. Ele,
irrefletidamente, argumentou:
"Eu nunca vou mudar. Sempre fui assim. Eu nasci desse
jeito, cresci assim e vou morrer assim. Se você sente necessidade de elogio,
procure outro homem para elogiá-la". Ela ficou arrasada emocionalmente.
Não era essa a resposta que esperava. Os meses se passaram, e pouco tempo
depois um outro homem começou a se aproximar dela, fazendo-lhe galanteios,
tecendo-lhe os mais exaltados elogios. O que o marido não era capaz de
enxergar, o outro via; o que o marido não conseguia falar, o outro falou. Os
elogios se multiplicaram e aos poucos ela foi cedendo aos seus galanteios.
Quando o marido percebeu o que estava acontecendo ficou furioso, mas já era
tarde demais.
A Bíblia descreve o lindo romance entre Isaque e Rebeca. Isaque
era o único herdeiro de um pai rico. Mas era também um jovem temente a Deus,
com um futuro brilhante pela frente. O próprio Deus providenciou uma esposa
para ele, uma jovem forte, bonita, decidida, trabalhadora e discreta. Foi amor
à primeira vista. O casamento tinha tudo para dar certo, e por alguns anos eles
viveram na mais efusiva harmonia conjugal. Mas, um dia Isaque cometeu um erro
desastroso. Para salvar a sua pele, ele mentiu dizendo que Rebeca era sua irmã.
Dentro do quarto ele a acariciava, mas do lado de fora dos portões negava a ela
o mais íntimo e sagrado relacionamento. Assim, suas juras de amor foram
desmascaradas pela sua covardia. Em vez de correr o risco necessário para
assumir seu casamento, ele expôs sua mulher na vitrine dos desejos. Se Deus
não tivesse interferido no caso, Isaque teria colocado sua esposa nos braços de
outro homem. Seu egoísmo, sua covardia e sua fidelidade vulnerável levaram
Rebeca à uma profunda decepção. O diálogo entre eles cessou. Os filhos, Jacó e
Esaú, chegaram mas em vez de unirem o casal, separaram ainda mais o dois,
Isaque agarrou-se a Esaú e Rebeca tinha predileção por Jacó. A falta de
sabedoria dos pais jogou um filho contra o outro e Isaque e Rebeca chegaram à
velhice sozinhos, quando o relacionamento entre eles já estava desbotado. O
romantismo morreu e no lugar cresceram os espinhos da indiferença.
Autor : Hernandes Dias Lopes
Extraido do livro: Casamento, Divórcio e Novo Casamento PAG. 81-85

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